RESULTADO DO PISA 2014 - PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DOS ESTUDANTES CHAMA A ATENÇÃO POR ÍNDICES BAIXOS E POR COLOCAR O BRASIL EM 58o. LUGAR NO RANKING GERAL
Fonte da Imagem: Google - www.google.com.br
Em meados do segundo semestre de 2014, o
Governo Federal divulgou os resultados do PISA - Programa Internacional de
Avaliação dos Estudantes, onde jovens de quinze anos, alunos de escolas da rede
pública e privada, do 7º. ano do fundamental,
realizaram uma prova, cujo resultado tinha como objetivo identificar o nível de
aprendizado da região. Foram 65 países selecionados, nos quais, o Brasil não
obteve um bom resultado, tendo em vista que o mesmo ficou em 58º no ranking
geral.
Alguns educadores e profissionais da área, manifestaram-se satisfeitos com o desempenho do nosso país, o que me causa espanto, tendo em vista que o nosso sistema de aprendizado ainda é engessado e possivelmente permanecerá nesse engessamento por muito tempo, levando em consideração não apenas os interesses políticos, mas, o econômico mesmo, já que as escolas particulares – em sua maioria – estão mesmo interessadas no retorno financeiro.
Alguns educadores e profissionais da área, manifestaram-se satisfeitos com o desempenho do nosso país, o que me causa espanto, tendo em vista que o nosso sistema de aprendizado ainda é engessado e possivelmente permanecerá nesse engessamento por muito tempo, levando em consideração não apenas os interesses políticos, mas, o econômico mesmo, já que as escolas particulares – em sua maioria – estão mesmo interessadas no retorno financeiro.
Para que o leitor tenha uma real noção
do que estou afirmando, participei, como ouvinte, de uma feira de conhecimento,
antiga feira de ciências – como era chamada há algumas décadas atrás, principalmente nas escolas públicas – em um
colégio particular na região metropolitana do Recife, na última sexta-feira do
mês de novembro do referido ano.
Na ocasião em que visitava os estandes,
fui tomada por uma onda de decepção, principalmente ao perceber que aqueles
jovens repetiam as mesmas coisas – literalmente – de vinte anos atrás, quando
eu é quem estava na condição de aluna. Fiquei intrigada, e comecei instigando
alguns desses alunos a me darem respostas menos “decorebas”, em vão. Todos, e
não estou exagerando quando digo todos, insistiam em repetir exatamente aquilo
que haviam decorado, ou que foram orientados à falar. Quando os perguntava
algo, travavam, paravam e alguns até me diziam meio envergonhados “Desculpa, essa não é a minha parte”.
Imediatamente me veio em mente Estudo
Errado música de Gabriel o Pensador, que fez muito sucesso no início dos
anos 1990: “... decorei, copiei, memorizei, mas não aprendi”.
Poucos dias depois, vendo os resultados do PISA e o Brasil lá, no ranking: que bonitinho! Tive a convicção de quão comercial é nossa educação. Os gestores não estão preocupados em instigar esses alunos a tornarem-se pensadores, futuros cidadãos capazes de discutir em qualquer fase de suas vidas, os problemas sociais, políticos, ambientais, em outras palavras, resumindo: jovens que não conhecem o passado na sua totalidade, apenas nas limitações dos livros didáticos (que trazem quase sempre as mesmas informações de décadas e décadas atrás, e creio não ser exagero dizer que da época da minha avó), e do ensinamento de profissionais que repetem aquilo que outros professores repetiram para eles, criando assim um ciclo “vicioso” no que concerne chamarmos de educação fundamental brasileira. Não se observa nesses estudantes a necessidade de buscar mais informações pertinentes ao que se estuda, mas sim, o comodismo, a coisa pronta e mastigada que é entregue para eles em sala de aula.
Poucos dias depois, vendo os resultados do PISA e o Brasil lá, no ranking: que bonitinho! Tive a convicção de quão comercial é nossa educação. Os gestores não estão preocupados em instigar esses alunos a tornarem-se pensadores, futuros cidadãos capazes de discutir em qualquer fase de suas vidas, os problemas sociais, políticos, ambientais, em outras palavras, resumindo: jovens que não conhecem o passado na sua totalidade, apenas nas limitações dos livros didáticos (que trazem quase sempre as mesmas informações de décadas e décadas atrás, e creio não ser exagero dizer que da época da minha avó), e do ensinamento de profissionais que repetem aquilo que outros professores repetiram para eles, criando assim um ciclo “vicioso” no que concerne chamarmos de educação fundamental brasileira. Não se observa nesses estudantes a necessidade de buscar mais informações pertinentes ao que se estuda, mas sim, o comodismo, a coisa pronta e mastigada que é entregue para eles em sala de aula.
Lamento profundamente por isso, e como lamento! E devo
admitir, vai Demorar e muito, e com “D” maiúsculo mesmo, o dia em que eu
voltarei numa feira do “conhecimento” e de fato, o nome fará jus aos conteúdos
apresentados por esses alunos.
Enquanto isso, o Brasil continuará assim, com essa visão retrógrada do que é uma rede funcional de ensino e achando interessante fazer parte de um ranking onde ele está praticamente nos últimos lugares, tendo uma das notas mais baixas, e achando que isso é a “evolução didática brasileira”. É, com certeza, pensando dessa maneira, a música daquele Gabriel, o pensador, continuará sendo tão atual, quanto era a mais de duas décadas atrás, quando meus filhos, provavelmente estejam tentando buscar um ensino de qualidade para os netos deles. Exagero? Prefiro deixar que vocês decidam.
Enquanto isso, o Brasil continuará assim, com essa visão retrógrada do que é uma rede funcional de ensino e achando interessante fazer parte de um ranking onde ele está praticamente nos últimos lugares, tendo uma das notas mais baixas, e achando que isso é a “evolução didática brasileira”. É, com certeza, pensando dessa maneira, a música daquele Gabriel, o pensador, continuará sendo tão atual, quanto era a mais de duas décadas atrás, quando meus filhos, provavelmente estejam tentando buscar um ensino de qualidade para os netos deles. Exagero? Prefiro deixar que vocês decidam.
Por: Vanusa Lima